quinta-feira, 27 de março de 2008

Quilo do pão sofre mais um reajuste e fica mais caro a partir da próxima semana



Quilo do pão sofre mais um reajuste e fica 15% mais caro a partir da próxima semana

Williams Vicente

Editor de Cotidiano

O pão-francês chegará 15% mais caro à mesa do mossoroense a partir de segunda-feira, dia 31. Trata-se do segundo reajuste praticado pelos panificadores este ano. O último foi repassado em fevereiro e chegou à casa dos 12%.
O acumulado de 27% levado direto ao consumidor, na verdade, esconde aumentos sucessivos que a saca do trigo vem sofrendo desde o começo do ano. De janeiro para cá foram seis reajustes, acumulando alta de 60%.
O golpe no bolso dos consumidores só não foi maior porque os panificadores montaram as estratégias que puderam para segurar o preço do pão e evitar que os clientes arcassem com os 60% de aumento da saca do trigo. Alguns estocaram o que puderam e outros diminuíram a margem de lucro. O pão que hoje custa entre R$ 5,20 e R$ 6,80 o quilo, atingirá a marca dos R$ 7,50 na segunda-feira.
O que ninguém entendeu ainda é porque o trigo que hoje tem alíquota zero para importação continua subindo. O presidente da Associação dos Panificadores de Mossoró e Zona Oeste (Apasmo), Cesário Melo, arrisca algumas análises. Ele explica que o trigo consumido no Brasil é importado 80% da Argentina e os outros 20 % do Canadá. Neste segundo, o que encarece o produto é o transporte, dada a distância do país, somada à sazonalidade.
No caso da Argentina, a situação se complica. O trigo é exportado de lá em forma de grão e processado nos moinhos brasileiros. A indústria argentina resolveu que é mais vantajoso exportar o trigo já processado o que se acontecer será motivo de carestia. O outro motivo, e talvez este seja o principal, é que se tornou mais interessante para os argentinos exportar trigo para a China, país que tem mais de um bilhão de habitantes e obviamente um mercado consumidor muito mais atraente que o brasileiro. Por isso, alguns fornecedores de trigo para Mossoró já disseram para algumas padarias que não há trigo disponível. O risco de faltar trigo nesse caso existe.
Apesar de o Brasil não ter tradição de produzir trigo, há regiões como o Sul que poderiam contribuir para amenizar o problema. Cesário Melo acredita que se o governo investisse no setor como investe na produção da soja e do biocombustível, o Brasil poderia brecar os aumentos freqüentes.
Independente das especulações, o mossoroense já pode se preparar para novos reajustes. A saca do trigo hoje está em R$ 120. E a notícia vai ficar ainda pior. A previsão é de que até junho a saca do produto chegue a 100% de aumento, o que significa bater em R$ 160.
Os malabarismos dos panificadores para não quebrar já não surtem mais efeitos e Cesário Melo, apesar de não ter ainda números exatos, já admitiu que para não deixar de vender pão a última saída encontrada pelas padarias foi reduzir a folha de pagamento. As demissões já começaram.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Entrevista: Álamo Kário


Caderno Universo de 02 de março de 2008


Nascido e criado no bairro Boa Vista, o músico Álamo Kário está em Mossoró, de férias, vindo do Acre, onde hoje mora e constituiu família. Aqui, além de matar a saudade dos familiares, ele veio rever os amigos e reviver as "jam sessions" com os músicos da cidade. Da "Black Music" que o fisgou no final dos anos 1970 à mistura de ritmos regionais e universais, Álamo hoje relembra o passado com prazer e vive o presente de ser um dos artistas mossoroenses mais bem sucedidos dos últimos tempos.


WILLIAMS VICENTE


OM - Como foi que você descobriu a música?
AK - Comecei aqui em Mossoró, sou mossoroense nascido aqui no bairro Boa Vista, em 1966. Vivi aqui jogando bola e aos sete anos fui apresentado ao mundo musical. Aí comecei a colecionar discos e fitas naquela época, se escutava muita "black music", discoteca, na época da novela Dancing Days. Eu não me lembro muito como foi, sei que tinha uma caixa de som, um toca-fitas, coisa de pré-adolescente. Comecei nessa época a pensar nos ídolos, pela mídia, pela TV, a gente vai se familiarizando com certo estilo, naquela época era discoteca, eu tinha entre 7 e nove anos. Lembro que tinha discos do Tavares, o próprio Michael Jackson, Donna Summer, Barry White. Depois disso, comecei a curtir rock. Isso aí já foi entre os 14, 15 anos.

OM - Nessa época você já tinha idéia que seguiria essa carreira?
AK - Depois dessa passagem da discoteca, veio a onda do rock e comecei a gostar de rock, lembro quem em 1984, já ia acontecer o Rock In Rio, minha mãe disse assim, "você quer ir pro Rock In Rio ou quer ganhar uma guitarra?". Eu disse que queria uma guitarra.

OM - E você já tocava?
AK - Eu tocava mal. Entre os 10 e 12 anos, tinha um conjunto que ensaiava em frente à minha casa e foi aí que dei os primeiros passos pra minha careira. Assistia aos ensaios, pegava num violão aqui, acolá. Quando tinha 15 anos, já tinha um violão e uma guitarra, comecei a me aprofundar mais na música, mas não profissionalmente.

OM - Você virou um guitarrista?
AK - Nessa época, até os 17 anos, comecei a tocar, a entender o que seria acordes, melodia, comecei a tocar violão. Nessa mesma fase fui apresentado à guitarra e já conversava com a galera que fazia som na cidade. Foi quando passei no vestibular pra Letras na Uern, foi realmente quando começou minha vida profissional. O saudoso Ricardo Rogério disse nessa época, 'poxa, cara! Você canta e toca legal, por que a gente não faz um show?'. Eu pensei, pode ser! Ele armou tudo, e lembro que foi uma emoção diferente da de todas que senti. Eram shows sem produção, sem uma certa lógica no que se refere à produção musical, mas foi muito marcante porque foi o primeiro. A partir daí comecei a querer ser artista, compositor, poeta. Fiz o meu segundo show também por intermédio da faculdade, lá na Aceu, foi uma coisa mais produzida, e não parei mais, isso de 1983 até 1986, que foi quando lancei meu primeiro disco.

OM - Foi um compacto?
AK - Um compacto duplo, duas músicas de um lado e duas do outro.

OM - Rock?
AK - Na vertente pop. Na verdade, o que passei naquela época foi um certo preconceito que tinha. Por ser nordestino e tocar rock, era meio preconceituoso. Talvez seja até uma bobeira minha, mas era um pouco radical pra época, usar cabelo longo e tocar guitarras mais pesadas. A vizinhança já não olhava com bons olhos. Era complicado. Mas não diria no mau sentido da palavra. O Nordeste é muito raiz, muito forró. Mas consegui superar porque tinha e tenho muita consciência do que estava fazendo.

OM - Você chegou a terminar a Faculdade de Letras?
AK - Não, foi quando aconteceu uma tragédia na minha vida. Foi a morte da minha mãe que foi quem me deu toda estrutura para lançar meu primeiro disco. Ela me apoiou muito, meu pai também, mas ela foi quem me deu uma força grande pra gravar. E quando lancei foi recorde do público, três mil pessoas no Sesc. Nunca ninguém tinha colocado um público desse lá.

OM - Você conseguiu vender nesse caso?
AK - Consegui. Na época foi um show marcante pra Mossoró e pra toda a região.

OM - E por que você saiu de Mossoró?
AK - A velha história do preconceito. Foi uma coisa legal, diferente, mas continuava a questão do preconceito o lance do forró era muito forte e passei por isso. Então ficou complicado seguir a carreira autoral naquela época. Não é que não daria. Se você me perguntasse se daria, eu diria que sim, mas foi uma fase muito complicada na minha vida com a morte da minha mãe, aí recebi um convite de um primo que mora no Acre. Ele perguntou se eu não queria fazer uns shows em campanhas políticas. Isso em 1990. Antes rodei os municípios aqui do Oeste, fiquei muito conhecido na época, mas era muito difícil, a mídia hoje é muito mais fácil. Os empresários da época não tinham essa condição que têm os empresários hoje. Então fui pro Acre e posso dizer hoje que o Acre não me deixou sair de lá.

OM - Por quê?
AK - Porque fui muito bem aceito, muito bem recebido.

OM - A cena rock de lá hoje é forte, não é?
AK - Tem uma banda lá despontando, foi escolhida entre os 50 melhores discos do Brasil pela revista Rolling Stone, a Los Porongas. São todos amigos meus, a gente faz churrasco lá em casa, bebe cerveja, faz um som lá em casa.

OM - Mas apesar de parecer uma cena forte, pelo menos para a música alternativa, e para quem garimpa o som de longe, pela internet por exemplo, dentro do próprio Acre deve ser difícil fazer rock, não?
AK - O Brasil é muito grande e a gente faz idéia às vezes que uma região é de um jeito e não é. No Acre é tão difícil de fazer música quanto aqui. Apesar de ser capital e de ter muita gente do Sul, do Centro-Oeste do país, mas é complicado também. A cena lá é bem vista? Não é assim. O que rola na internet nem sempre é a realidade. Mas tem os movimentos, tem uma rádio que é específica em música autoral, vamos colocar umas aspas bem grandes, na boa música, que é a Aldeia, que preza pela qualidade.

OM - Foi mais fácil trabalhar lá de todo modo, então?
AK - Foi mais fácil. Talvez se eu estivesse aqui, já tivesse achado meu caminho. Podia até ter desistido, sei lá. Mas lá posso dizer que sou muito feliz, meu trabalho é muito bem aceito, faço de tudo, toco em barzinho, faço show autoral, toco carnaval, não faço só rock.

OM - Você nunca cogitou voltar?
AK - Sempre pensei, mas é difícil. Porque tenho minhas coisas lá, minha casa, sou casado. Toda mudança é meio complicada.

OM - Depois do primeiro compacto lá na década de 80, o que rolou de gravação?
AK - No Acre lancei um CD em 1997 e outro em 2005. O primeiro que lancei lá foi baseado também na vertente pop/rock. Esse de 2005 tem pitadas da música nordestina, influência do que ouvi meus pais ouvirem.

OM - O que era?
AK - Meus pais ouviam Genival Lacerda, Luiz Gonzaga, Marinês. Lá , por eu ser nordestino, as pessoas esperam de mim muita vertente daqui do Nordeste na minha música e eu faço rock. Só que de uns tempos pra cá, venho me aprofundando mais no Norte-Nordeste e gostei de fazer. Tem duas músicas nessse CD (N. do E. O CD de 2005 leva o nome dele) que ganhei dois prêmios lá. "Cuidado com os gringos", um baião e depois entra um rock e "Rimadêra", que fala da cidade de Rio Branco.

OM - Tem alguma homenagem a Mossoró?
AK - Tem. "Turista" que tem a participação de meu pai, velho Aristeu Holanda, meu pai sempre muito poeta, tem poesias de cordel, de vários estilos.

OM - Sua descoberta musical foi com a Disco. Quem são as influências de hoje?
AK - Na época que fiz a faculdade, fui apresentado à MPB, quando vi os acordes de Djavan, Caetano, Gilberto Gil, fiquei encantado. Adoro blues, baião, Luiz Gonzaga, AC/DC, Led Zeppelin. Não saberia dizer o estilo que gosto mais. Tudo levei pra minha música. Toco João Gilberto, Tom Jobim, faço as 'jam sessions', toco Bartô Galeno que a galera chama de brega e eu chamo de autenticidade.

OM - O que você trouxe para Mossoró?
AK - Trouxe esse trabalho que ainda não havia divulgado aqui. É um trabalho amadurecido da minha carreira. Feito no Acre, produzido por amigos meus, Ney Quinonero e Sardinha, dois músicos excelentes que moram em Goiânia hoje, e tô trazendo também minha energia, minha luz, minha saudade, estou curtindo, estou de férias.

OM - Qual é o futuro da música, especialmente para quem começou gravando um compacto e hoje está na era do mp3?
AK - Rapaz, eu estava pensando nisso outro dia, e realmente não sei. Daqui uns dias, você não vai mais vê CDs por aí não. Mas como é que você vai sobreviver da venda de sua obra? Alguns colocam a venda na internet. Eu acho que o futuro é esse aí. E fazer shows.

OM - O Radiohead já abriu o caminho colocando o CD na internet pelo preço que o cliente quiser, de graça inclusive. Por um lado, acho positivo porque o artista vai ser obrigado a se aproximar do público através dos shows...
AK - Mas e quem é independente como eu, você vai gastar 30, 40 mil reais pra produzir um bom show?

OM - Mas para quem está no circuito alternativo, não seria um via de mão dupla, a internet não será uma maneira de divulgação e barata?
AK - Fazer shows é complicado, você tem que cair na mão de um cara que vá com a sua cara, vá com suas músicas, que veja que vai dar lucro pra ele. Então, o cara tem que bancar os discos e os shows pra poder arriscar que alguém grande veja e pensar em ganhar dinheiro, ou sobreviver de música.

OM - Apesar dessa incerteza é possível viver de música?
AK - Eu sempre falei isso, desde quando estava aqui em Mossoró. Quando você acredita no seu talento, quando você se organiza pra seguir sua carreia, não só na música, em qualquer profissão, você consegue. Agora ficar rico é outra história. Tenho pra botar gasolina no meu carro, fazer minha feira, comer num restaurante, tenho minha casa, consegui tudo isso com a música, sou feliz dessa forma.

OM - Já pensou em ficar rico?
AK - Já pensei, mas quando era mais jovem, hoje acho que a felicidade não está no dinheiro. Sou um cara feliz, tendo o que tenho e não sou rico né! Sou feliz por poder viver do que faço, da arte de minha música.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Temporais em Mossoró


Chuvas continuam a causar transtornos e prejuízos em Mossoró

Williams Vicente

A chuva que tem caído em Mossoró nos últimos dias escorre para um destino certo e sempre igual: o caos. Ontem à tarde a pancada d'água que mudou a paisagem da cidade mais uma vez revelou a fragilidade da infra-estrutura das construções.
Por toda Mossoró, árvores caíram e danificaram carros, o Corpo de Bombeiros foi acionado várias vezes e o Centro da cidade permaneceu alagado durante a chuva. Resultado: trânsito lento, transtorno para o comércio e o pedestre que não consegue se locomover. A drenagem em Mossoró não funciona. Além disso, as ruas geralmente são desniveladas, e no caso do centro da cidade a situação se agrava não só pelo escoamento inadequado como pela falta de consciência do mossoroense. Jogar lixo na rua, por exemplo, entope bueiros e nesse caso não adianta procurar culpados nas secretarias para reclamar.
Afora isso, o período chuvoso que os meteorologistas prevêem mais intenso no inverno deste ano vai continuar promovendo estragos e os prejuízos de anos anteriores.
No conjunto Márcio Marinho, mais precisamente na rua Joseluci Ferreira, as casas foram completamente alagadas novamente. Ruas paralelas a essas somam 30 residências afetadas pela chuva. Alguns moradores já estavam precavidos dos temporais anteriores porque furaram os muros para escorrer a água, outros construíram barreiras na porta de casa, mas ainda assim os prejuízos continuam sendo contabilizados. Além disso, os moradores agora temem que a estrutura das residências esteja comprometida e ameace cair.
A cena também se repete nas comunidades Macarrão e Quixabeirinha, no bairro Aeroporto. Nas ruas Noilde de Cássia Pereira e Anderson Dutra, e adjacências, no Macarrão, atravessar a rua só é possível com água batendo na canela ou fazendo malabarismo em cima de motos. O alagamento continua por horas mesmo depois das chuvas cessarem porque a comunidade recebe toda água que desce do bairro Aeroporto.
"Já perdemos guarda-roupa, geladeira. Este ano a gente se preveniu construindo barricadas na porta de casa, mas o perigo continua. A prefeitura prometeu fazer uma galeria que escoasse essa água, mas até agora nada", disse o porteiro Gilberto Marcelino.
A mesma água que passa pelo Macarrão chega a Quixabeirinha, onde a situação é ainda pior. As ruas, como a José F. de Melo, não são pavimentadas e a cena chega a ser dantesca: os moradores ficam em casa ilhados e de mãos atadas. Alguns tentam empurrar a água que entra nas varandas, mas não há muito que ser feito a não ser esperar a enchente passar.
Outro ponto crítico da cidade está na rua João Victor de Oliveira, no bairro Belo Horizonte. Há duas semanas, famílias inteiras perderam praticamente tudo com o primeiro alagamento do ano. Ontem, a situação só não foi mais grave porque há obras da Caern desobstruindo os bueiros no local e ainda assim se pode ver as barricadas sendo construídas nas portas porque a lama teima em atingir a entrada do lares.
Nem mesmo os prédios públicos escapam da ação da chuva. A Delegacia da Polícia Federal (DPF) em Mossoró, que fica localizada à rua Amaro Duarte, mais uma vez foi invadida pela água. A água atingiu um nível maior que na chuva anterior e dessa vez mais documentos e dois computadores foram danificados. Um policial de plantão no local, que preferiu não se identificar, disse que há promessas da prefeitura para realizar a drenagem da região. Por enquanto, nada foi feito.
O secretário municipal de Serviços Urbanos, Trânsito e Transportes Públicos, Alex Moacir, disse ao O Mossoroense quando procurado para falar dos transtornos no início da semana que o problema na maior parte dos lugares não é de hoje e que infelizmente é muita água e a drenagem municipal não comporta. Ontem, ele não foi encontrado pela reportagem para dizer se há algum plano de emergência para evitar os prejuízos contínuos.
Que o problema é antigo todo mundo já sabe. Mossoró é terra onde chove pouco e assim a administração vai esperando o próximo inverno para dizer novamente que o problema é antigo e que a drenagem da cidade não suporta a quantidade de água. O que parece ser um investimento que não tem urgência, dada a irregularidade das chuvas, na verdade poderia evitar prejuízos maiores se alguma medida fosse tomada. Resolver o problema dos alagamentos em Mossoró não é mera questão estética.
Os moradores da periferia, que geralmente são os mais afetados, são também os que normalmente compram os móveis e eletrodomésticos com dificuldade e a longo prazo. Se eles perdem uma geladeira, por exemplo, numa chuva de um dia, vão passar o resto do ano pagando pelo prejuízo. Além disso, as lagoas que se formam estão envoltas de lixo e o risco para transmissão de doenças é iminente. Portanto, drenar a cidade é também uma questão de saúde pública.

terça-feira, 18 de março de 2008

Peixes ditos 'populares' são vendidos ao mesmo preço dos supermercados da cidade

Williams Vicente

A mesa do mossoroense na Semana Santa promete ser farta pelo menos se depender das 25 toneladas de peixes do tipo corvina que começaram a ser vendidas ontem pelo Abatedouro Frigorífico Industrial de Mossoró (AFIM). A idéia é atender principalmente a população mais pobre com a comercialização do produto a R$ 4,50 o quilo.
Segundo a diretora administrativa-financeira do AFIM, Jaqueline Amaral, tradicionalmente as 25 toneladas são vendidas até a Quinta-feira Santa. O que talvez a população mais pobre que seria a beneficiada com a oferta não tenha reparado é que o preço do peixe corvina vendido pelo frigorífico não difere muito do comercializado nos supermercados.
No supermercado Queiroz, o quilo do peixe corvina é vendido a R$ 4,98. Preço também praticado pelo Rebouças. Em todos os supermercados da Rede 10, o quilo do produto sai por R$ 4,79 e no Supermercado Dantas por R$ 4,89.
O AFIM diz que não há intenção de lucrar com a venda do peixe. O preço cobre apenas os custos do produto que é comprado em Santa Catarina, já que o Rio Grande do Norte não tem produção suficiente desse tipo de peixe, o que deixaria o produto mais caro se adquirido aqui mesmo no Estado.
Os peixes estão à venda em postos instalados nos bairros Alto da Conceição, São Manoel, Bom Jardim, na Central de Abastecimento, antiga Cobal, no Mercado Central, no conjunto Abolição I e no próprio Afim, das 7h às 17h.
Cada consumidor poderá comprar somente três quilos de peixe. O objetivo da medida é permitir a compra do produto pelo maior número de pessoas e, principalmente, evitar a especulação.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Cesta básica fica mais cara em fevereiro



Cesta básica está mais cara desde o mês de fevereiro

Williams Vicente


O valor da cesta básica em Mossoró medido pelo projeto Custo de Vida, do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), chegou, no mês de fevereiro, a R$ 409,29. Em janeiro, a cesta básica custou R$ 403,21, o que significa uma variação de 1,51%.
A cesta básica é calculada pelo Custo de Vida, tendo como base uma família de cinco pessoas (três adultos e duas crianças) e é composta por três grupos de produtos, todos eles ficaram mais caros em fevereiro: Alimentação teve variação positiva de 1,41%; Higiene Pessoal subiu 1,40% e Limpeza Doméstica 2,56% no último mês.
No grupo alimentação, o açúcar (11%), a banana (17,80%), a cebola (34,95%) e o vilão dos últimos meses, o feijão (20,29%), puxaram o preço da cesta básica para cima. Ajudaram a elevar a inflação também o papel higiênico (21,25%) e o creme dental (7,92%). A limpeza da casa também ficou mais cara por causa principalmente do desinfetante (24,97%) e pela vassoura de palha (11,20%).
Por outro lado, a rapadura (-21,63%), o óleo (-11,00%), o pão que vai sofrer novo reajuste em abril (-9,85%), o macarrão (-8,76%) e o cotonete (-8,65%) ficaram mais baratos e ajudaram a equilibrar o valor final da cesta básica.
O Projeto Custo de Vida calcula também os gastos com a ração essencial mínima que em fevereiro somou R$ 124,06 por pessoa, caracterizando uma queda de 4,54% em relação ao mês anterior. Para atender às necessidades de alimentação da família mossoroense, o trabalhador necessitaria de uma renda mínima de R$ 496,22 de acordo com o Decreto-Lei 399. A ração essencial mínima, ou cesta básica essencial, é composta por treze produtos. Foi definido pelo Decreto-Lei 399 de abril 1938, nas quantidades necessárias para o trabalhador poder repor as energias consumidas no exercício do seu trabalho.
Ainda de acordo com a pesquisa, para que pudessem ser atendidas as necessidades do trabalhador mossoroense e de sua família, com alimentação, habitação, vestuário, higiene e transportes, de acordo com a estrutura de despesas fixadas pelo DL 399, o salário mínimo necessário, para o mês de fevereiro de 2008, deveria ter sido fixado em R$ 902,22

quarta-feira, 12 de março de 2008

Dessa eu não sabia






Todo mundo já devia saber, mas dessa eu não sabia. No discurso de agradecimento no Rock And Roll Hall Of Fame, no dia 10 deste mês, Madonna resumiu sua saga, agradeçendo as pessoas que estiveram por perto e ajudaram-na a chegar onde chegou. Entre uma passagem e outra, ela fala de quando encontrou o dono da Sire numa cama de hospital para lhe mostrar sua primeira demo, de quando conheceu sua altual assessora de imprensa , Liz, fumando um baseado (Liz era quem fumava) e coisas assim.
Mas o que eu nao sabia mesmo era dessa passagem curiosa:

"...de repente eu estava rolando no chão do MTV Awards com a minha bunda aparecendo... (quem nao lembra da perfomance de Like A virgin vestida de noiva la em 1980 e alguma coisa?) o que ninguém sabia é que eu havia perdido um de meus saltos e estava no chão tentando encontrá-lo e, de repente, aquilo se transformou num movimento de dança. E entao tive que ir para o meu camarim e encarar meu empresário que estava branco feito um fantasma em pânico dizendo que eu tinha acabado de arruinar minha carreira..."






E abaixo a capa do single que vem por aí, o 4 minuts, ja ta pela net

terça-feira, 11 de março de 2008

Pão sofrerá novo reajuste de até 14% no início de abril - O Mossoroense de 12 de março



Pão deverá ter um novo aumento de 14% até abril

ADRIANA MORAIS



O pãozinho de cada dia sofrerá um novo reajuste. De acordo com o presidente da Indústria de Panificação de Mossoró e Região Oeste e Salina do RN (Sindipan), Gerson Nóbrega, até o dia primeiro de abril o produto básico da mesa dos consumidores aumentará em torno de 10% a 14%.
O preço do pão, que em fevereiro sofreu um reajuste de 15%, é vendido hoje, em média, segundo Gerson Nóbrega, entre R$ 4,99 a R$ 6,80 o quilo, conforme a estrutura de cada estabelecimento e passará a ser vendido na casa dos R$ 7,00.
Conforme o presidente do Sindipan, este novo reajuste se dá novamente devido ao aumento no preço da saca de farinha de trigo e provavelmente estes aumentos devem continuar. A previsão é que até julho o preço da farinha dobre e conseqüentemente, o preço do pão deverá seguir estes reajustes.
O reajuste do trigo tem duas razões: primeiro, a quebra na produção mundial no ano passado por causa do clima e aumento do consumo. Mesmo com a redução na taxa de exportação do produto, o preço do principal ingrediente do pão vem aumentando sem parar nos últimos 12 meses. Em fevereiro do ano passado, a tonelada do trigo custava US$ 208, e no mês passado, passou a custar US$ 455, apresentando um aumento de 119%.
Estes constantes reajustes estão preocupando os consumidores que não querem abrir mão do produto, uma vez que o aumento no pãozinho irá pesar no orçamento. Só para ter uma idéia, atualmente para comprar cinco pães o consumidor gasta em média R$ 1,20. Assim, uma família de quatro pessoas com renda de um salário mínimo, por exemplo, que compra esta quantidade de pães diariamente gasta em torno de R$ 36,00 por mês, valor correspondente a 8,5% do salário mínimo. Com o novo aumento a tendência é que algumas pessoas deixem de consumir o produto diariamente.
De acordo com Gerson Nóbrega, esses constantes aumentos no preço dos pães preocupam não só os consumidores como também os comerciantes. "Temos receio que em face destes reajustes haja uma retração nos consumidores e estes passem a substituir o pão por outro produto mais acessível, principalmente aqueles que possuem menor poder aquisitivo", afirma.
O gerente de uma panificadora na cidade, Cesário Melo, destaca que o setor passa por uma crise muito grande e como sempre o consumidor irá sentir no bolso as conseqüências. No entanto, neste caso, não é só o consumidor que está sentindo o prejuízo. "Nós panificadores estamos numa situação muito delicada, com os constantes aumentos estamos perdendo freguesia e conseqüentemente os lucros estão diminuindo", afirma.
Cesário Melo informa ainda que a previsão é que até julho as coisas só piorem. "Com a redução dos lucros e o aumento no preço do produto, estamos trabalhando com a redução ao máximo de custos para não perder ainda mais a clientela", diz.
Para driblar a crise os panificadores estão comprando estoques maiores de farinha de trigo para segurar ao máximo o reajuste dos preços. "Antes a gente comprava saca para 15 dias, agora estamos comprando para 30 a 40 dias, a fim de segurar ao máximo o preço. Além disso, estamos repassando para o consumidor apenas uma parte do aumento da farinha", salienta.
O gerente afirma que a crise que a panificação está passando é muito forte e as conseqüências ainda podem ser mais agravantes. Segundo ele, com o aumento do preço da farinha e a perda da clientela devido aos preços altos, a panificadora corre o risco de até demitir funcionários para poder superar a crise.
Os consumidores reclamam de mais um reajuste. "O pão já está muito caro e é um produto que consumimos diariamente. Com mais um aumento ou vamos gastar muito para poder continuar consumindo ou se não tiver jeito vamos ter que abrir mão do produto", lamenta a estudante Daiana Alves.

Cinquenta anos de Grammy e as rugas dos que não foram


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Entrevista: Roberta Larissa Pordeus


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domingo, 9 de março de 2008

PMM manda queimar barracos na Alameda dos Cajueiros



Por Adriana Morais


Prefeitura manda derrubar e queimar barracos construídos ilegalmente na Alameda dos Cajueiros

A Prefeitura de Mossoró, por meio da Gerência Executiva de Infra-Estrutura, mandou derrubar cerca de 20 barracos, construídos pelos moradores, ontem pela manhã no bairro Alameda dos Cajueiros. Além de derrubar, os policiais queimaram os barracos.
Os moradores afirmam que não foram informados previamente sobre a ação. "Ninguém nos avisou que a gente tinha que parar as construções. Eles simplesmente chegaram e começaram a derrubar tudo", reclama a moradora Luciana Santos.
Luciana afirma que mora de aluguel e o locador deu um prazo de 20 dias para ela procurar outra moradia, no entanto não tem condições financeiras de alugar uma outra casa, já que os aluguéis na cidade estão muito caros.
"Moro com minhas três filhas e com meu marido, que trabalha fazendo biscates, e não temos como pagar mais o aluguel, por isso estávamos construindo o barraco para poder termos onde morar. Gastei R$ 200 na construção, que ainda estou devendo. Aí eles chegaram e acabaram com tudo. E agora? Onde é que vamos morar?", lamenta Luciana.
De acordo com a moradora Karla Cabral, o terreno estava praticamente abandonado, por isso os moradores resolveram dar início as construções, já que a maioria mora em casa de aluguel ou de favor com algum parente. "Foi só começar a construção que a prefeitura se lembra da região e manda derrubar nossas moradias", diz indignada.
Depois que o pessoal da prefeitura foi embora, o morador Marcos Antônio foi para o meio da fumaça para recuperar o que sobrou do seu barraco. Ele afirma que irá juntar o que sobrou para construir um novo barraco.
Ele diz que esta atitude irá prejudicar muita gente, além disso, ao invés de ficar acabando com a moradia das pessoas a prefeitura deveria se preocupar com coisas mais importantes na Alameda. "Aqui a gente vive isolado de tudo, falta pavimentação, iluminação pública, transporte coletivo e nunca ''apareceu" ninguém responsável para dar ao menos uma satisfação. Agora só porque a gente construiu uns barracos para ter onde morar num terreno que a prefeitura diz que é dela, imediatamente eles sabem vir para derrubar", reclama o morador.

quarta-feira, 5 de março de 2008

O homem que sabia voar


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Carnaval de Natal Sem Perder o Passo


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Iggy Pop e os Stooges vão apadrinhar Madonna no Hall of Fame do Rock

DO G1
Organização decidiu substituir Justin Timberlake pela banda punk.Motivo alegado são as raízes: Madonna e os Stooges são de Detroit.
Sai Justin Timberlake, entram Iggy Pop & The Stooges. A organização do Hall of Fame do Rock decidiu substituir o cantor de “Sexyback” pela banda punk para apadrinhar Madonna na cerimônia que acontecerá na próxima segunda-feira (10), em Nova York. O motivo alegado são as raízes em comum: Madonna cresceu no subúrbio de Detroit, onde a banda foi formada. Além disso, o grupo abriu a apresentação da rainha do pop em Dublin na Reinvention Tour, em 2004. Outras atrações programadas para se apresentar na ocasião são Damien Rice (para Leonard Cohen), James Cotton (para Little Walter), Patti LaBelle (para Gamble & Huff), e ainda John Mellencamp e The Ventures.


'Four minutes'
Justin Timberlake canta na faixa “Four minutes”, produzida pelo badalado Timbaland. A canção faz parte do novo álbum de Madonna, “Hardy candy”, previsto para ser lançado mundialmente no dia 28 de abril e no dia seguinte nos EUA, mas já vazou na internet. Enquanto isso, Timberlake pode ser visto interpretando um apresentador de programa de auditório no novo clipe da dupla Gnarls Barkley, “Run”.

sábado, 1 de março de 2008

FOUR MINUTS


Agora é oficial, o novo álbum dela que é a melhor, vai se chamar "Hard Candy" (Bala dura). O título, diz-se, vem da obsessão da cantora por doces e traduz o espírito da material girl meiga/agressiva atualmente. "Four minuts" , o primeiro single que sera lançado no final de março, já rodou as ondas de uma radio francesa (NRJ) esta semana, vale nota 9. Tem la a participação de Justim e produção sei la de quem , talvez de Timbaland, o mestre do hip hop e deste disco.
Justim divide o refrao basicamente numa coisa que lembra a sonoridade dos anos 80, e o break que rolava no inicio dos anos 90. Justin imprime um negocio quase um grupinho boy band. Anos 80 seriam Menundos? Misture Michael jackson. Nao interessa. A faixa segue a cartilha do que Madonna queria: sonoridade urbana com costura hip hop!!!
É poderosa!!! Tem cara também de não ser o melhor que vira no album. Alias, o single, geralmente esconde faixas mais interessantes que virao com o disco. Vamos esperar o final de abril, quando sai o disco, ou quando baixaremos tudo de graça na internet. Madonna aos 50 promete mexer o esqueleto de qualquer um, goste ou nao da levada hip hop. ta valendo!
para baixar, basta acessar

ou
ou ainda procurar no madonnaonline.com.br
Ah! Depois de vaqueria, puta, vaca e tudo o mais, dessa vez ela vem de pugilista. Saradissima como sempre. E o disco parece que sera "non stop". Aguardemos.
PORQUE RAPADURA É DOCE, MAS NÃO É MOLE, NÃO!

Evangélicos se unem hoje à noite para o primeiro Mossoró Rock Gospel

Williams Vicente
Editor Cotidiano

Influenciados pelo rock gospel ou rock cristão americano dos anos 1970, as bandas formadas por integrantes evangélicos Kalvarium, Código Supremo, VPC, todas de Mossoró, e o grupo convidado de Governador Dix-sept Rosado, Apocalipse 21, sobem ao palco do Moto Clube Carcará, logo mais à noite, a partir das 19h.
A idéia do evento é romper com o preconceito e aproximar os jovens do cristianismo, assim como as bandas mais famosas do gênero fizeram nos anos 60 e 70, como Petra e Stryper, que eram malvistas pela sociedade evangélica, já que o som era tido como "do diabo".
No Brasil, o movimento se consolidou nos anos 80 com o surgimento das bandas que até hoje são referência na vertente rock evangélico, vide Oficina G3, grupo de origem paulista formado em 1987, que, aliás subiu ao palco do Rock In Rio, em 2001, além de já ter sido premiado com um Grammy no ano passado, na categoria Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa, pelo disco Elektracustica.
Já em Mossoró, os amantes do movimento se propõem a revolucionar a cultura gospel, estimulando a interação da comunidade evangélica, através de festivais como o Mossoró Gospel Rock, único evento do gênero no Estado.
"Queremos unir as pessoas que gostam do estilo e principalmente descrentes e desviados como no próprio tema do evento diz: alguém me falou de um Deus que pode nos salvar", conclui o vocalista da banda Código Supremo e idealizador do evento, Leandro Vieira.

SERVIÇO
EVENTO - Mossoró Gospel Rock
LOCAL - Moto Club Carcará
DATA 1º de março
HORÁRIO: 19H
ENTRADA R$ 3 ( antecipado, na gráfica Copiare) R$ 6 (na hora)INFORMAÇÕES 84-8874-3751

Artistas mossoroenses se encontram para apresentar propostas ao Canto Potiguar

Genildo Costa, cantor
Williams Vicente
Editor Cotidiano

O cantor e idealizador do projeto Canto Potiguar, Genildo Costa, reuniu ontem à noite, no Teatro Dix-huit Rosado, músicos e artistas da cidade para discutir novas propostas para o evento mensal.
A saga de Genildo inclui a luta para driblar o desemprego quando decidiu morar em Mossoró e conseguir colocar o Canto na rua. Ele trouxe a idéia do projeto do município de Grossos, onde foi secretário de Cultura, mas não houve como executá-lo. Na terra da resistência, finalmente, o artista da terra teve espaço para soltar a voz, em 2006. Por falta de patrocínio, o Canto foi suspenso, mas através da Lei Câmara Cascudo e da Petrobras, em setembro do ano passado, os palcos mossoroenses voltaram a dar corpo ao sonho de Genildo.
Porém, os custos são altos e as dificuldades para bancar mais de um cantor numa única apresentação são muitas. Não há verba suficiente, mas há consenso entre o idealizador do Canto, de Crispiniano Neto, presidente da Fundação José Augusto (FJA), que esteve presente à reunião, e dos artistas que se propuseram a discutir formas de ampliar o projeto: é preciso correr atrás de patrocínio local.
"O projeto deve ter as portas e janelas escancaradas para quem não tem acesso ao palco e está no anonimato. O projeto não é meu, é dos artistas e nós temos que dar voz ao Estado", disse Genildo.
Certo é que a medida que os recursos aparecerem, mais artistas terão oportunidade de se apresentar. Da reunião, foi divulgado também o nome da próxima atração do Canto, o cantor Manassés Campos, que estará no Teatro Municipal, lançando o CD "Varal do Tempo", no dia 28 de março. Uma atração mossoroense ainda será definida.
O Canto Potiguar está no caminho do progresso. Genildo Costa trabalha com maturidade suficiente para transformar o Canto numa idéia perene.