sábado, 29 de dezembro de 2007

FAFÁ ADMITE QUE PODE CONCORRER À REELEIÇÃO - O Mossoroense de 30 de dezembro de 2007


Por Bruno Barreto

"Meu nome está posto para disputa", declara Fafá Rosado

O Mossoroense: A senhora está entrando no último ano de sua administração. Qual a avaliação que faz de seu mandato?
Fafá Rosado: Ainda é cedo para uma avaliação do nosso mandato. Temos todo o ano de 2008 para trabalhar. O que posso, no momento, é assegurar que nesses três primeiros anos procuramos cumprir todos os compromissos assumidos em praça pública. A proposta de um governo de continuidade, com avanço, está sendo executada, exatamente da forma como foi acordado com a população. Posso lhe dar muitos exemplos disso. A construção da UPA do Santo Antônio, consolidando uma política de atendimento médico de urgência iniciada pela então prefeita Rosalba Ciarlini. Os investimentos para modernizar a infra-estrutura urbana da cidade, que podem ser percebidos com o prolongamento da avenida João da Escóssia, a nova avenida Abel Coelho e também a avenida Rio Branco. Ou seja, é fato que tudo o que deu certo no governo Rosalba foi mantido e na medida do possível ampliado. Acho que os prêmios que nossa administração vem recebendo e o avanço nos indicadores sociais comprovam que estamos no caminho certo. Talvez seja mais acertado pedir que a população avalie o trabalho que estamos realizando. As pesquisas que temos recebido mostram resultados muito satisfatórios.

OM: A senhora considera a urbanização da Rio Branco a principal obra de sua administração?
FR: Primeiro, eu preciso registrar que o complexo da avenida Rio Branco é um sonho do povo de Mossoró que está sendo viabilizado. E nesse momento não posso deixar de registrar a parceria que fizemos com o governo do Estado. Parceria feita acima de divergências políticas, onde prevaleceu a maturidade e o compromisso com o povo de Mossoró. Agora, voltando à sua pergunta sobre a obra, eu não digo que ela seja a principal. Prefiro dizer que ela é sim uma obra importante. Vai assegurar uma estrutura de lazer, cultura e esporte para toda a cidade. Agora, igualmente importante foi a construção da UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] do Santo Antônio. Uma obra com impacto direto na saúde das pessoas mais carentes. Também tem a mesma importância a construção do prolongamento da avenida João da Escóssia, que permitiu acesso seguro e moderno ao West Shopping e ao campus da UnP [Universidade Potiguar]. Não posso deixar de registrar, com o mesmo nível de importância, o aterro sanitário de Mossoró. Um investimento de quase R$ 3 milhões, que tem reflexo na qualidade de vida e no meio ambiente. As escolas que construímos, a estrutura de qualificação profissional e os núcleos para atender as famílias também são ações fundamentais. Nosso governo não tem uma obra principal. Ele tem um conjunto de ações, cada uma com sua importância, que melhoram a vida das pessoas.

OM: Para 2008 qual a principal meta de seu governo?
FR: Em 2008 queremos trabalhar pela consolidação de alguns projetos vitais para a nossa cidade. Com destaque para a modernização da avenida Francisco Mota e a construção do Complexo Viário da Abolição. No caso da Francisco Mota, já temos a garantia de uma emenda que a senadora Rosalba Ciarlini alocou no Orçamento Geral da União. São R$ 16 milhões que somados a uma contra-partida da prefeitura vão viabilizar essa obra que vai evitar um colapso no trânsito na região universitária. Já o Complexo da Abolição é um projeto mais arrojado. Ele depende de investimento de R$ 77 milhões. Os engenheiros da prefeitura elaboraram o projeto técnico que foi aprovado pelo Ministério dos Transportes. É do conhecimento de todos que o ministro Alfredo Nascimento veio a Mossoró e assinou um termo de compromisso, conosco e com o governo do Estado, assegurando a realização da obra. Ele nos garantiu que a licitação deve ser aberta ainda no primeiro semestre de 2008 e nós estamos confiantes. Também nos primeiros meses de 2008 pretendemos começar a construir a UPA do bairro Belo Horizonte. Uma obra que vamos executar com recursos próprios, para atender moradores de toda a zona sul. Enfim, acho que você já pôde perceber que em 2008 nossa meta é continuar trabalhando com a mesma determinação de quando começamos o governo. Quem apostar em quebra nas ações vai perder.

OM: Por ser um ano eleitoral, a senhora teme que algumas ações sejam prejudicadas?
FR: Não. Não haverá prejuízo algum para a população. Até porque estamos muito conscientes que a população de Mossoró nos elegeu para um mandato de quatro anos. Sendo assim, não vamos permitir quebra nas ações. Posso lhe assegurar que a campanha eleitoral não vai interferir na administração. Os investimentos, inaugurações, programas e serviços terão seu ritmo e o funcionamento preservados. Isso independe de uma eventual candidatura da prefeita à reeleição.

OM: Sua candidatura é dada como certa pelos analistas políticos. A senhora confirma que disputará a reeleição?
FR: Nesse momento o que eu não posso é negar que meu nome está posto. Sou prefeita de Mossoró e, naturalmente, as pessoas perguntam se vamos buscar a reeleição. Até encaro isso como mais um reconhecimento ao nosso trabalho. Além disso, sinto que tenho a confiança do meu partido. Os senadores José Agripino e Rosalba Ciarlini, bem como o presidente do diretório do Democratas, o ex-deputado Carlos Augusto, têm declarado na imprensa que eu teria uma candidatura natural. Fico feliz com todas essas manifestações e coloco meu nome à disposição. O que não me falta é coragem de ir novamente às ruas de Mossoró, desta vez para pedir à população que julgue o trabalho que realizamos. Mas prefiro não fechar questão nesse momento. Até porque não vou permitir que se tire o foco do trabalho. Temos compromisso com a população e hoje nossa única preocupação é cumprir bem o mandato. No momento certo a reeleição será tratada.

OM: As questões relacionadas a uma possível candidatura de Betinho Rosado estão superadas? Se preciso for a senhora disputaria prévias com ele?
FR: Não existem questões a serem superadas. O deputado federal Betinho Rosado tem legitimidade, liderança política e competência para ser prefeito de Mossoró. Particularmente, seria uma honra para mim defender o nome dele nas ruas de Mossoró. O deputado também já declarou que vê uma condição natural em uma candidatura nossa à reeleição e que iria nos apoiar. Então, como você pode ver, não existe um clima de disputa interna. Existe muito respeito. Formamos um mesmo grupo político. Estamos juntos trabalhando para construir uma Mossoró melhor e mais igual. Quanto a disputar prévias, lhe asseguro que isso não será necessário. Nosso grupo terá um nome consensual. Não haverá disputa. Em 2008 estaremos todos juntos. A prefeita Fafá, a senadora Rosalba, o deputado Betinho, o deputado Leonardo e todas as lideranças de nossa coligação. Acreditar na divisão em nosso grupo é ingenuidade política.

OM: Muito se tem criticado as relações entre Executivo e Legislativo em torno de uma possível submissão dos vereadores. Durante a votação do Orçamento houve rumores de que o Palácio da Resistência teria orientado quais emendas seriam aprovadas. Realmente houve isso?
FR: É engraçado responder a essa pergunta. Lembro que no ano passado você também me entrevistou e naquela ocasião perguntou se o Legislativo era subserviente ao nosso governo. Até argumentou que quase não havia emendas ao Orçamento. Agora, faz a mesma pergunta argumentando o inverso. Desta vez a Câmara é subserviente porque os vereadores emendaram o Orçamento. Não existe isso. O Legislativo e o Executivo são poderes distintos e autônomos. Nós não orientamos emendas. Até porque isso não faz sentido. O governo elaborou um projeto de Orçamento que considerava ser o mais adequado. O desejo da prefeita era que ele fosse aprovado com a redação original. Mas é preciso reconhecer que o Legislativo tem uma prerrogativa constitucional e autoridade para alterar. Sendo assim, só nos cabe respeitar. Isso não é ser subserviente. Isso é uma convivência respeitosa e democrática.

OM: Algumas das principais ações (jornal oficial e concursos) de seu governo só ocorreram após orientação do Ministério Público. A senhora não teme que isso manche sua administração?
FR: Permita que eu faça uma correção. Nosso governo não foi forçado a criar o jornal oficial e a realizar o concurso. Ao contrário. Se você folhear o programa de governo que apresentamos à população durante a campanha eleitoral, verá que esses são dois compromissos que assumimos. Gostaríamos de ter feito isso logo nos primeiros meses de governo. Infelizmente não foi possível. O gestor não tem como fazer tudo de uma vez. O mandato é de quatro anos, exatamente para que o programa de governo possa ser executado gradativamente. Nossa relação com o Ministério Público sempre foi de muito respeito institucional. Encaramos o Ministério Público como mais um parceiro, que nos ajuda a corrigir eventuais falhas e a melhorar no que for possível. Quando recebemos o questionamento sobre a implantação do jornal oficial e a realização de concurso, encaramos com naturalidade. Até porque eram ações que estavam em nosso planejamento. Apresentamos isso aos promotores e agora estamos colocando em prática. Assim, não há risco de mancha em nossa administração. São poucos os governos que têm a transparência e a abertura ao diálogo que o nosso tem.

OM: Tem se falado na possibilidade de empréstimos por parte da prefeitura. A senhora reconhece crise financeira em sua administração ou o pior já passou?
FR: A prefeitura de Mossoró enfrentou dificuldades orçamentárias no ano de 2007. Isso não é novo. Foi um aperto pontual, provocado pela queda na arrecadação. Nossa receita com royalties caiu mais de 30%. Também houve redução nos repasses que o Estado faz da contra-partida do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] e no Fundo de Participação dos Municípios. Agora, essa não foi uma situação particular de Mossoró. No próprio governo do Estado essa queda de receita foi sentida. Tanto que várias vezes o governo atingiu o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para 2008 a governadora Wilma de Faria está estimando um crescimento de receita que não chega à metade do que foi estimado para 2007. O importante é que enfrentamos esse momento difícil com serenidade. Cortamos gastos, mas não comprometemos as obras, programas e serviços que eram importantes para a população. Acreditamos que 2008 será um ano mais tranqüilo.

OM: Qual o nome ideal para ocupar a vaga de vice em sua chapa? A senhora tem alguma preferência?
FR: Essa é uma questão onde independe alguma preferência pessoal minha. Todos sabem que eu tenho uma relação de confiança e muito respeito com a minha companheira Claudia Regina. Claudia foi decisiva na construção da vitória que tivemos em 2004. Agora, a formação da chapa de 2008 ainda será discutida. Existem muitos partidos em nossa coligação e todos têm legitimidade de pleitear um espaço ou de serem ouvidos. O certo é que vamos buscar o consenso. Teremos uma chapa formada por nomes que unam todo o grupo e que têm compromisso com Mossoró.

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