sexta-feira, 21 de março de 2008

Temporais em Mossoró


Chuvas continuam a causar transtornos e prejuízos em Mossoró

Williams Vicente

A chuva que tem caído em Mossoró nos últimos dias escorre para um destino certo e sempre igual: o caos. Ontem à tarde a pancada d'água que mudou a paisagem da cidade mais uma vez revelou a fragilidade da infra-estrutura das construções.
Por toda Mossoró, árvores caíram e danificaram carros, o Corpo de Bombeiros foi acionado várias vezes e o Centro da cidade permaneceu alagado durante a chuva. Resultado: trânsito lento, transtorno para o comércio e o pedestre que não consegue se locomover. A drenagem em Mossoró não funciona. Além disso, as ruas geralmente são desniveladas, e no caso do centro da cidade a situação se agrava não só pelo escoamento inadequado como pela falta de consciência do mossoroense. Jogar lixo na rua, por exemplo, entope bueiros e nesse caso não adianta procurar culpados nas secretarias para reclamar.
Afora isso, o período chuvoso que os meteorologistas prevêem mais intenso no inverno deste ano vai continuar promovendo estragos e os prejuízos de anos anteriores.
No conjunto Márcio Marinho, mais precisamente na rua Joseluci Ferreira, as casas foram completamente alagadas novamente. Ruas paralelas a essas somam 30 residências afetadas pela chuva. Alguns moradores já estavam precavidos dos temporais anteriores porque furaram os muros para escorrer a água, outros construíram barreiras na porta de casa, mas ainda assim os prejuízos continuam sendo contabilizados. Além disso, os moradores agora temem que a estrutura das residências esteja comprometida e ameace cair.
A cena também se repete nas comunidades Macarrão e Quixabeirinha, no bairro Aeroporto. Nas ruas Noilde de Cássia Pereira e Anderson Dutra, e adjacências, no Macarrão, atravessar a rua só é possível com água batendo na canela ou fazendo malabarismo em cima de motos. O alagamento continua por horas mesmo depois das chuvas cessarem porque a comunidade recebe toda água que desce do bairro Aeroporto.
"Já perdemos guarda-roupa, geladeira. Este ano a gente se preveniu construindo barricadas na porta de casa, mas o perigo continua. A prefeitura prometeu fazer uma galeria que escoasse essa água, mas até agora nada", disse o porteiro Gilberto Marcelino.
A mesma água que passa pelo Macarrão chega a Quixabeirinha, onde a situação é ainda pior. As ruas, como a José F. de Melo, não são pavimentadas e a cena chega a ser dantesca: os moradores ficam em casa ilhados e de mãos atadas. Alguns tentam empurrar a água que entra nas varandas, mas não há muito que ser feito a não ser esperar a enchente passar.
Outro ponto crítico da cidade está na rua João Victor de Oliveira, no bairro Belo Horizonte. Há duas semanas, famílias inteiras perderam praticamente tudo com o primeiro alagamento do ano. Ontem, a situação só não foi mais grave porque há obras da Caern desobstruindo os bueiros no local e ainda assim se pode ver as barricadas sendo construídas nas portas porque a lama teima em atingir a entrada do lares.
Nem mesmo os prédios públicos escapam da ação da chuva. A Delegacia da Polícia Federal (DPF) em Mossoró, que fica localizada à rua Amaro Duarte, mais uma vez foi invadida pela água. A água atingiu um nível maior que na chuva anterior e dessa vez mais documentos e dois computadores foram danificados. Um policial de plantão no local, que preferiu não se identificar, disse que há promessas da prefeitura para realizar a drenagem da região. Por enquanto, nada foi feito.
O secretário municipal de Serviços Urbanos, Trânsito e Transportes Públicos, Alex Moacir, disse ao O Mossoroense quando procurado para falar dos transtornos no início da semana que o problema na maior parte dos lugares não é de hoje e que infelizmente é muita água e a drenagem municipal não comporta. Ontem, ele não foi encontrado pela reportagem para dizer se há algum plano de emergência para evitar os prejuízos contínuos.
Que o problema é antigo todo mundo já sabe. Mossoró é terra onde chove pouco e assim a administração vai esperando o próximo inverno para dizer novamente que o problema é antigo e que a drenagem da cidade não suporta a quantidade de água. O que parece ser um investimento que não tem urgência, dada a irregularidade das chuvas, na verdade poderia evitar prejuízos maiores se alguma medida fosse tomada. Resolver o problema dos alagamentos em Mossoró não é mera questão estética.
Os moradores da periferia, que geralmente são os mais afetados, são também os que normalmente compram os móveis e eletrodomésticos com dificuldade e a longo prazo. Se eles perdem uma geladeira, por exemplo, numa chuva de um dia, vão passar o resto do ano pagando pelo prejuízo. Além disso, as lagoas que se formam estão envoltas de lixo e o risco para transmissão de doenças é iminente. Portanto, drenar a cidade é também uma questão de saúde pública.

2 comentários:

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