sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Um olhar sobre a cultura: da câmera escura à fotografia digital

A idéia iluminada que mudou a maneira de o homem refletir sobre sua própria existência



foto: Jean Carlos
Das tentativas de aperfeiçoar os métodos de impressão sobre papel, dominados pelos chineses no século VI, surgiu a fotografia. Tanto Joseph Nicéphore Nièpce, o inventor da fotografia na França por volta de 1826, quanto o precursor brasileiro Hercule Florence trabalhava no aprimoramento de sistemas de impressão quando tiveram a idéia de unir a "câmera obscura", empregada pelos artistas desde o século XVI, e a característica fotossensível dos sais de prata.

De lá para cá, a fotografia saiu do papel preto e branco, passou pela polaroid até ganhar o formato de chip nas câmeras digitais. Porém, independente do formato e do deslumbramento provocado pela nova realidade, a fotografia tem nuances que vão além de mera exaltação narcisística: é recorte do real e, por isso mesmo, criação artística.

A fotografia estimulou uma nova maneira de ver o mundo tanto esteticamente, como a partir das interpretações criadas pelos ângulos eleitos como close, desfoque, a imagem tremida e o registro do movimento, e até pela tentativa de reproduzir a natureza com precisão. O olhar através da câmera permitiu descortinar o inacessível ou o invisível. Seja qual for o ponto de partida, a fotografia exercerá o papel de documentar a história.

Pensando nisso, a Caminhos Comunicação e Cultura, grupo formado por produtores independentes que atuam em todo Estado, contribuiu para o registro da vida potiguar através do concurso fotográfico Um Olhar Sobre a Cultura Potiguar, patrocinado pelo Banco do Nordeste. A idéia surgiu quando os produtores questionaram o acesso fácil à fotografia trazido pelas câmeras digitais: "O que fazer com as fotos, bater foto de que, de quem, quando, e o principal, por que bater esta ou aquela foto?" , questionou a jornalista Ana Lúcia Gomes, integrante do grupo.

A resposta veio como fototeca dos costumes dos potiguares. É exemplo de sensibilização para despertar não apenas o registro, mas (como função intrínseca que tem a fotografia) um novo olhar sobre a cultura do RN. Dos 203 retratos captados pelos inscritos no concurso, 20 agora percorrem 12 cidades do Rio Grande do Norte. "A proposta principal é revelar e colocar em exposição os diversos olhares do nosso Estado, como o potiguar se vê, o que ele percebe de nossa cultura. E já conseguimos parte de nosso objetivo, pois dentre os vinte primeiros classificados, pelo menos 7 são amadores. Alguns são estudantes de comunicação, ou seja, revelamos talentos.

A exposição de início vai percorrer as agências do BNB e depois as Casas de Cultura e outras galerias", disse o organizador do concurso, Alexandre Santos.
As fotos estarão expostas em Mossoró de 10 a 14 de setembro. As outras cidades são Natal, Macau, Angicos, Assu, Apodi, Pau dos Ferros, Caicó, Jardim do Seridó, Currais Novos, Santa Cruz e Santo Antônio.

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