sábado, 27 de outubro de 2007

Leia em O Mossoroense de hoje, 27 de Outubro de 2007


Priscilla Dutra
priscilla_tatianne@hotmail.com

A Secretaria de Vigilância em Saúde do município até o mês de outubro de 2006 notificou 119 casos de dengue. Até esse mesmo período de 2007 já foram notificados 204 casos. Quanto a dengue do tipo hemorrágico o crescimento é ainda mais significativo. Passou de um caso durante todo o ano passado para 15 este ano até este mês, inclusive com duas mortes confirmadas pela doença e outra sob investigação.

Esses dados demonstram que o número de casos da dengue na forma clássica é quase o dobro do período anterior e alarmam que o tipo hemorrágico da doença ultrapassou a marca do ano passado em 1.500% em um período inferior de dez meses.

A cada cem residências de Mossoró, 5,2% apresentam as larvas do mosquito transmissor da dengue, quando o ideal seria em torno de 1%. A cidade também é destaque em relação a quantidade de imóveis abandonados. Mossoró possui aproximadamente 81 mil imóveis. 13% deles estão fechados ou abandonados quando a quantidade máxima para evitar a doença é 5%.

O secretário de Vigilância Sanitária do município, Sodré Rocha, conta que 95% dos focos do mosquito da dengue são encontrados em casas e em 90% destes casos dentro de depósitos, potes e tonéis. Entre os principais fatores para esse aumento estão a dificuldade da própria população em mudar seus hábitos, o abastecimento precário de água e o número de imóveis fechados.

"O aumento de casos é principalmente por falta de cuidado da população. Quando se controla um surto de dengue, as pessoas acham que o perigo já passou e se descuidam. Banalizam a doença. Por outro lado, é compreensível que em alguns caso elas armazenem água porque há pontos na cidade onde o abastecimento é irregular", revela.

O crescimento significativo dos casos de dengue por todo o país já era esperado pelo Ministério da Saúde que realizou uma pesquisa que apontava para um aumento das áreas de risco. De acordo com o secretário, Mossoró é um local endêmico. Isso significa dizer que não há como extinguir a doença. O máximo que se pode fazer é controlá-la.

"A dengue sempre vai existir no município. Por isso é importante que todos estejam sempre atentos contra a doença durante todos os meses do ano.

A preocupação maior nesse momento é com o aumento de casos de dengue hemorrágico que está acontecendo, sobretudo, em crianças. Elas têm baixa imunidade contra doenças, por isso são vítimas em potencial. Apenas com a conscientização de cada um poderemos controlar a doença", comenta.

esclarecimentos

Epidemia - O Brasil já vive uma epidemia de dengue. Em todo o pais são 481 mil casos de dengue nos nove primeiros meses deste ano. 50% a mais do que no mesmo período do ano passado. A última epidemia no município ocorreu em 1995. Sodré Rocha alerta a população que a qualquer momento pode ocorrer uma nova epidemia se for introduzido um vírus da dengue diferente dos que já circulam na cidade. Bairros com maior índice de casos de dengue são o Santo Antônio, Paredões, Barrocas, Bom Jardim e Boa Vista.

Dengue - A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da doença durante toda a sua vida. Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. A doença existe nas formas clássica e hemorrágico. Estas se diferenciam, sobretudo, pelos sintomas e danos causados ao organismo.

Sintomas - O sintomas da dengue clássica são febre alta com início súbito, forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda do paladar e apetite, manchas e erupções na pele, náuseas, vômitos, tonturas, extremo cansaço, moleza e dor no corpo. A dengue tipo hemorrágico apresenta os mesmos sintomas com a diferença que podem ocorrer sangramento pelo nariz, boca e gengiva, podendo levar à morte.

Medidas para evitar a dengue:

Mosquiteiros - Devem ser usados principalmente nas casas com crianças, cobrindo as camas e outras áreas de repouso, tanto durante o dia quanto à noite;

Repelentes - Podem ser aplicados no corpo, mas devem ser adotadas precauções quando utilizados em crianças pequenas e idosos, em virtude da maior sensibilidade da pele. Se as pessoas não são picadas, não se tornam mais um foco indireto da doença;

Telas - Usadas em portas e janelas, são eficazes contra a entrada de mosquitos nas casas;

Remover sempre o lixo - A coleta regular de lixo também reduz os possíveis criadouros de mosquitos; limpar os recipientes de água e tampar os depósitos de água.

Números- Veja em detalhes como se dá o crescimento da Dengue em Mossoró comparados os anos de 2006 e 2007 e os tipos da doença:

Casos notificados e Clássico Hemorrágico Clássico Hemorrágico
sob investigação
(Até outubro) 184 01 255 15

Casos confirmados
(Até outubro) 119 01 74 03

Casos investigados
(Ano todo) 186 01 - -

Casos confirmados
(Ano todo) 121 01 - -

Óbitos investigados
(Ano todo) - - - 03

Óbitos confirmados
(Ano todo) - - - 02

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