terça-feira, 8 de abril de 2008

Proprietário de clínica acusa prefeitura de Mossoró de embargar obra por perseguição

O acesso livre às calçadas entrou em discussão ontem à tarde quando um dos proprietários da Associação Médica de Mossoró (SOMOS), Armando Duarte, denunciou ao jornal que a prefeitura mandou derrubar os pilares que estão sendo construídos para ornamentar a fachada do prédio, na avenida Rio Branco, sem ordem judicial.

Funcionários da prefeitura estavam destruindo o canteiro do prédio da Unimed, vizinho a SOMOS, construído em cima da calçada e o próximo seria a da SOMOS. Armando Duarte diz que acredita estar sendo perseguido desde 2004, quando era auditor do SUS e divulgou um relatório sobre o sistema, indicando desvio de dinheiro que envolveu nomes da atual administração municipal, o que ficou conhecido como a “Máfia dos Homens de Branco”. Ele conta que recebeu o documento de embargo da obra, mas questiona por que as construções dos prédios vizinhos, que também dificultam o acesso às calçadas, não são retiradas. "Quero saber por que só minha obra. Acredito que seja represália. Essa ordem partiu verbalmente, não há nenhuma ordem judicial para a retirada", conta.
Ossivaldo Junior

Procurado pelo O Mossoroense, o gerente do Desenvolvimento Urbanístico,Ossivaldo Júnior, se defende argumentando que houve um acordo prévio com Armando para retirada dos pilares e que ele agora está querendo polemizar por nada.

"A gente adula o povo para não ter problema. Tive uma deferência especial com ele. Eu fui lá conversar, levei um arquiteto e um engenheiro e ele concordou que estava errado. Disse que retiraria os pilares da calçada se removêssemos também os da Unimed, o que foi feito. Foi um acordo verbal e nós não precisamos de ordem judicial porque através do embargo foi dado o tempo para ele retirar. Ele não cumpriu o acordo que fizemos", disse.

Perguntado por que as obras das demais calçadas além da Unimed não são removidas, já que infringem o Plano Diretor de 2006, onde a lei de acessibilidade garante o acesso livre às calçadas, o gerente respondeu que "o problema das outras calçadas é nosso e dos outros proprietários, Armando não tem nada a ver com isso. Ele quer polemizar, mas isso não existe. A gente vai resolver a situação de cada um individualmente", finaliza.


Pilares da fachada da polêmica


FOTOS: Luciano Lellys

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