sábado, 12 de abril de 2008

S.O.S. Chuvas doa aproximadamente Quatro mil peças de roupas a desabrigados




A campanha S.O.S. Chuvas apresenta os primeiros resultados da arrecadação de donativos em prol dos desabrigados pelas enchentes. No final da tarde de ontem, voluntários doaram aproximadamente quatro mil peças de roupas, sapatos, sandálias, lençóis e colchões a famílias alojadas nos abrigos improvisados dos colégios Celina Guimarães, Antônio Carlos e Pereira Lima. Cerca de 200 famílias foram atendidas.
"É gratificante participar de um movimento de responsabilidade social como este. O pessoal atendeu nosso chamado e o resultado está aí. A gente fica feliz em colaborar porque a imprensa tem não só o papel de informar, mas de conclamar a população para ajudar a quem precisa", disse o diretor de jornalismo da rádio Difusora, Emerson Linhares.
Estão envolvidas também na campanha as rádios 105 FM e Rural AM. A arrecadação de alimentos já chega a dez toneladas. Contribuíram para este montante, além da população, as empresas Lojão do Papai, o Hiper Queiroz, Moinho Santa Clara, Usibras, Gefisal, Forte Gema, Aficel, Madeireira Planalto e Prest Perfurações.
"Estamos muito felizes com o resultado dessa campanha e não paramos por aqui. Continuamos a convocar a população a fazer doações porque essas pessoas não sabem quando vão voltar pra casa. Como os abrigos estão abastecidos de alimentos pelo governo, continuamos a coleta e estamos programando as doações para quando as enchentes cessarem. Essas pessoas vão precisar desse alimento quando voltarem pra casa", conta Lahyre Neto, diretor da Rede Resistência e um dos idealizadores da campanha.
Além do jornal O Mossoroense e da rádio FM 93, que compõem a Rede Resistência, a campanha está aberta a todas as instituições que possam e queiram ajudar. Podem ser parceiros empresários, entidades de classe, ONGs e qualquer cidadão que queira contribuir, inclusive os demais meios de comunicação da cidade que desejem se engajar neste ato.
O Rotary Clube de Mossoró, a Fundação Vingt Rosado e a SS Construtora foram os primeiros a fechar parceria. Os donativos podem ser entregues na recepção do jornal O Mossoroense, na travessa O Mossoroense, 42, Centro. Não são aceitas doações em dinheiro.
Alerta da defesa civil para que as pessoas não voltem para as áreas de risco continua
Ás águas do rio Mossoró estão num ritual de sobe e desce que não dá para prever o que vai acontecer, o que se pode fazer é prevenir. Devido à diminuição do volume das águas, algumas pessoas estão deixando os abrigos e voltando para suas casas.
Mas não é o que recomenda a gerente de Desenvolvimento Social e coordenadora do Conselho de Defesa Civil de Mossoró, Fátima Moreira. "Ninguém deve voltar para suas casas ainda, só quando as áreas onde ocorreram as inundações estiverem fora de risco", alerta.
A previsão da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte é de muita chuva até o dia 15. Perspectiva confirmada pelo professor de Climatologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), José Espínola. "Estamos em pleno período chuvoso e março e abril são os meses que mais chovem em Mossoró", diz.
Segundo o professor, até quarta-feira havia chovido 117 mm este mês em Mossoró e 502 mm durante os primeiros meses de 2008. "Geralmente quando chove muito em março (320 mm), em abril a média diminui um pouco. Mas não se sabe se as chuvas que ainda estão por vir serão da mesma intensidade que em março".
Nos últimos anos a média de precipitações em março foi de 170 mm e em abril de 160 mm. Conforme José Espínola, só neste ano já choveu na cidade 30% acima da média.
E vale lembrar que mesmo que chova pouco em Mossoró, se chover nas cidades que deságuam no rio, como no leito do manancial, nas proximidades do município de Luís Gomes (Alto Oeste) o problema de alagamento poderá continuar. . "Qualquer chuva com maior densidade chega por aqui", diz Fátima Moreira.
A coordenadora da Defesa Civil faz ainda um apelo pedindo que as famílias tenham cautela e paciência. "As casas estão com muita lama e sujas e precisamos também fazer um mutirão de limpeza para a saúde com varredura das áreas para evitar doenças. Na hora de retornar, a Defesa fará todo o trabalho de volta com os móveis para as casas", completa.
O volume das águas do rio Mossoró chegou a 2 metros e 40 centímetros acima do normal no início desta semana. Ontem, a medição ao meio-dia revelou uma baixa em relação ao 1,5 m da quinta-feira, atingindo 1,35m. Porém no final da tarde, por volta das 17h, o volume já estava novamente na casa de 1,5.
A prefeitura de Mossoró está hoje com 55 locais para colocar as famílias e pessoas desabrigadas. Entre eles estão escolas municipais e estaduais e unidades de assistência social transformadas em alojamentos. Além disso, três armazéns estão recebendo os móveis das famílias e são devidamente cadastrados para devolução quando a enchente cessar.
Ao final, Fátima Moreira garante que a prefeitura fará o levantamento dos prejuízos quando as águas abaixarem e irá contribuir para os reparos. Segundo ela, até o momento nenhuma família perdeu móveis ou objetos.

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